FONTE: PORTAL ESTADÃO
Perdão a dono de arma irregular vai provocar ‘grande impacto’, alerta advogada
Criminalista Anna Julia Menezes considera que anistia prevista para projeto de Bolsonaro terá repercussão 'social e jurídica'
13 Janeiro 2019 | 12h14

Foto: Pixabay
A advogada criminalista Anna Julia Menezes ressalta que a atual legislação não proíbe a compra de armas de fogo pelo cidadão, mas restringe o seu acesso.
“Conforme tem se propagado, o futuro decreto abordará a posse de arma de fogo, isto é, a concessão de autorização ao cidadão de possuir uma arma de fogo, de uso permitido, em sua residência ou no seu local de trabalho, não o porte, que é a autorização para circular armado”. observa Anna Julia, sócia do escritório Vilela, Silva Gomes & Miranda Advogados.
Atualmente, a lei restringe a posse, entre outros requisitos, à avaliação da ‘efetiva necessidade’ declarada pelo cidadão, cuja autorização poderá ser concedida ou recusada, com a devida fundamentação, pela Polícia Federal.
“Pelo que se anunciou, essa avaliação baseada no livre convencimento da Polícia Federal deverá ser abolida por meio do novo decreto, restando os demais requisitos objetivos previstos em lei, como, por exemplo, certidões negativas de antecedentes criminais”, diz a advogada.
Anna Julia Menezes prevê repercussão. “A meu ver, o decreto causará grande impacto, tanto jurídico como social, vez que concederá anistia, isto é, o perdão, àqueles que possuem armas em caráter irregular e que terão uma nova chance para regularizá-las, atendendo às exigências do novo texto legal. É importante mencionar que a pena atualmente prevista para o crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido é de detenção, de um a três anos, e multa”, ela destaca.